- O Acolhimento Familiar é a alternativa mais humanizada para o acolhimento de uma criança ou adolescente em situação de risco. O sentido de família é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo.
- A permanência prolongada em abrigos institucionais é reconhecida internacionalmente, através de pesquisas e da prática, como altamente nociva à integração da criança, à sua socialização, seu desenvolvimento psíquico, social, intelectual e principalmente à criação de vínculos afetivos, gerando danos muitas vezes irreparáveis em sua vida adulta.
- O Acolhimento Familiar favorece o atendimento individualizado, cercando a criança e o adolescente de afeto e carinho, além de estimular a convivência social e comunitária.
- O Brasil tem uma quantidade enorme de crianças e adolescentes acolhidos, a maior parte deles em instituições – segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), menos de 5% estão em programas de Acolhimento Familiar.
- A maior parte das crianças e adolescentes acolhidos não têm como ser reintegrados às suas famílias biológicas e tampouco estão aptos para adoção – a adoção somente é permitida após a destituição definitiva da guarda dos pais biológicos.
- O prazo máximo previsto por lei, de 18 meses de acolhimento, está muito distante da realidade – muitas crianças e adolescentes permanecem a maior parte da sua vida em abrigos institucionais.
A Sociedade
O Brasil tem enraizada em sua cultura a política de Acolhimento Institucional, inicialmente em casas como a FEBEM que colocava no mesmo ambiente crianças e adolescentes em situação de risco social e aqueles menores que haviam cometido delitos.
Posteriormente, houve um avanço no modelo, com a criação dos orfanatos, separando crianças em risco social dos menores infratores. Entretanto, o número de crianças e adolescentes acolhidos no mesmo ambiente era altíssimo, o que prejudicava sobremaneira o seu atendimento e cuidados básicos.
Mais um passo foi dado, com a substituição dos orfantos pelo chamado Acolhimento Institucional, composto por abrigos e casas lares.
É chegado o momento da sociedade brasileira dar mais um importante passo na evolução dos seus mecanismos de medidas protetivas para crianças e adolescentes, com a disseminação e implantação massiva do modelo de ACOLHIMENTO FAMILIAR.
A Família
Acolher uma criança ou o adolescente em situação de vulnerabilidade é ao mesmo tempo fazer um bem, enquanto recebe diversos aprendizados e benefícios emocionais.
É participar de uma ação que vai transformar o futuro de uma criança ou adolescente. E vai transformar a visão de mundo da Família Acolhedora, que terá uma experiência única de amor, compaixão e desapego.
O Futuro
Inúmeros estudos comprovam que a falta de vínculos duradouros e estáveis e de afeto prejudicam diversas áreas no desenvolvimento da criança: desde os mecanismos psicossociais até o desenvolvimento neurológico. Para cada ano de um bebê acolhido numa instituição, sem vínculos afetivos ou respeito as suas necessidades individuais, haverá 4 meses de déficit no seu desenvolvimento integral.
Para saber mais, veja os estudos Os orfão da Romenia e Teoria do Apego
O modelo de Acolhimento Familiar visa minimizar esses problemas. Uma medida de caráter temporário, onde uma Família Acolhedora terá os direitos e deveres parentais, ou seja, será responsável pelos cuidados ligados ao desenvolvimento material e emocional do acolhido, até que sua situação seja resolvida entre as alternativas de reintegração à família de origem, inserção em família extensa, ou em último caso, no período entre a habilitação para adoção até que uma família a adote definitivamente.
O cuidado atencioso e individualizado dispensado por uma Família Acolhedora fará a diferença nas experiências vivenciadas por aquela criança ou adolescente, o que poderá definir seu comportamento na vida em sociedade no futuro.
O novo modelo de cuidado e proteção veio em defesa do melhor interesse da criança e do adolescente, para preparar hoje a Geração do Amanhã.